8 de dez. de 2010

Era uma vez...


Como eu não gosto de contos de fadas, prefiro começar a contar essa história de outra maneira...
A muitas e muitas luas atrás...
Bem, essa pequena história é sobre uma menina/mulher que se encontra, se descobre, se conhece.
Até aquela idade as coisas para ela pareciam "normais", se bem que com ela o normal nunca foi exatamente normal.
Um dia, por causa de uma amiga em comum, (e hoje, no presente, ela se dá conta de que tudo na vida dela acontece com interferências de amigas em comum), e por um motivo bobo, sim bobo, eis que ela conhece uma pessoa que iria mudar e muito o rumo de sua vida.
Ambas começaram a se falar e a se aproximar para fazerem uma festa de despedida. Sinceramente, hoje essa menina/mulher (que agora é mulher) desejaria que aquela despedida nunca tivesse acontecido. Assim como ela desejaria ser rica também e ter um carro zero....
Como o acaso não existe e coincidências também não, ambas ficaram muito próximas e confidentes.
Um dos maiores arrependimentos da Mulher, hoje, foi sem dúvida não ter ouvido sua alma quando lhe mostrou que iria se magoar, se ferir, se machucar.
Uma menina/mulher com sentimentos nunca antes experimentados, sonhados, provados, desejados e acima de tudo impuros, indecentes, incoerentes e que, com certeza, a faria queimar a eternidade inteirinha no mármore do inferno.
Aquela, que antes era amiga, foi amante, confidente e traidora.
O chão foi perdido, as esperanças jogadas no lixo e a alegria refugiou-se por um longo tempo.
Como o tempo é o melhor remédio para todo e qualquer problema, ele não resolveu nada à principio.
Foram dias e dias, luas e luas em lágrimas, dores e desilusão.
As chuvas da primavera, foram, pouco a pouco, regando o chão árido do coração da Mulher e ela começou a observar as coisas de uma outra maneira.
Sentiu raiva, ódio, rancor, mágoa, tristeza...de si e da amiga. Mas começou a reconhecer que boa parte de tudo o que ela havia outrora sentido, exigido (principalmente de si mesma), culpado e amado não tinha mais do que a raiz frágil e e sem firmeza no solo de sua carência.
Ahhh como muitas coisas teriam sido diferente se aquela menina/mulher não fosse dominada por sua carência excessiva e destruidora. Se não encontrasse na amiga a mesma carência e uma dosagem de safadeza.
Mais uma vez a Vida não poupou-a de nada. Contudo, dessa vez foi para que, num futuro que ela nem poderia imaginar, soubesse conhecer e reconhecer a verdade de sua alma.
A Mulher hoje, é acusada por vezes, de ser presa ao passado, de não dar passos e de amar aquela do passado e não a pessoa do presente.
Antes a Mulher não poderia denominar o que dessas acusações eram verdades ou não. Na realidade de hoje reconhece que ficou presa ao passado, que não quis admitir erros e não conseguia expor o tamanho da carência que a fez cometer algumas insanidades.
Na sinceridade, ela expõe, que não amou como era pensado, já que o que a motivou a vivência de todos os sentimentos não foram a cumplicidade, a irmandade, a alegria e a esperança. Foi sim, o contrario de tudo isso, o medo da solidão, a tristeza, desesperança e carência.
Impossível haver um sentimento tão nobre em meio a tanto tormento interior.
Reconhecer que viveu uma farsa pra si mesma durante anos e que pior do que isso, cultivou essa farsa com o medo obscuro de sua alma em não aguentar a mais pura verdade que era a de que tudo não passou de uma mentira, fantasia, ilusão, não tem sido tarefa fácil.
As janelas foram abertas, as portas escancaradas, os sotãos começaram a ser limpos, higienizados, desinfetados.
A Mulher tem agora a visão de sua história, sua vida, seu passado, presente e os anseios e desejos para o futuro. Um pano na cabeça, um balde, uma vassoura, rodo, pá, panos e a decisão de não permitir que as dores da menina/mulher permaneçam desnecessariamente.
A limpeza começou, e assim como a reconstrução de uma casa abandonada demora tempos para ser concretizada, a casa da Mulher não terá uma aparência diferente na manhã seguinte.
É um trabalho solitário, não podendo pedir ajuda, pois a Mulher precisa estar só para se reconhecer, conhecer, convencer, aceitar, amar e odiar.
Buscando preservar, cultivar, cuidar e zelar por tudo aquilo que vive na mais pura verdade de sua alma, a Mulher sorri e sabendo ser um trabalho cansativo e árduo, apenas olha nos olhos de sua Amada, segura sua mão e se vendo nos olhos amante encontra fôlego para continuar.


Um comentário:

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

...traigo
sangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...


desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ


COMPARTIENDO ILUSION
A.N.A.

CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...


AFECTUOSAMENTE : OS DESEO UNAS FIESTAS ENTRAÑABLES 2010- Y FELIZ AÑO 2011 CON TODO MI CORAZON….


ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE ACEBO CUMBRES BORRASCOSAS, ENEMIGO A LAS PUERTAS, CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.

José
Ramón...