22 de mai. de 2015

Morte, um fato.

Quando nova, eu acredita fielmente em todas as pessoas. Era inocente, acreditava que todo mundo era bom e confiável.
O tempo passou e ferida profundamente eu fui. Não conseguia mais confiar em ninguém, e a Vida seu sentido havia perdido.
Desejos de morte me perseguiam, não havia mais sonhos nem desejos, não havia nada, somente uma procura, incansável e, esgotante pela morte.
Um novo emprego e tudo mudaria.
Quando nos vimos pela primeira vez ela fez de tudo para que meu emprego eu perdesse, não me conhecia e já me criticava, já distante me queria. 
O tempo foi passando e próximas fomos ficando. Uma atividade sobre animais da fauna brasileira foi o elo.
A partir de então tantas coisas legais aconteceram. 
Deixei de procurar pela morte e a Vida foi intensamente vivida.
Risadas, passeios, encontros, filmes, comidas....como vivemos momentos maravilhosos, mas principalmente, como fui curada. Você me propiciou acreditar nas pessoas, você foi minha maravilhosa amiga.
Quantos aniversários? Quantos sonhos partilhados? Quantas vezes nos vimos apenas para sorrir?
O tempo foi passando, uma parte de mim foi sendo completamente sua, e sempre será.
Uma doença, lágrimas e aquela morte que no passado eu procurava nos encontrou, mas não foi a mim que buscou, apenas um pedaço de mim carregou.
Lembro de nossas últimas palavras: "Eu te amo!", como são verdadeiras e leais.
Quando parte de minha vida começastes a fazer nunca imaginei que fosse para ser minha profunda educadora. Me ensinou a (re)confiar e a perder. 
Como explicar o que sinto?
"Amanda, o problema não é eu ir para o inferno, o problema é quem eu vou encontrar lá. O que, até você?" E hoje? Quem encontrastes? Quem faz parte de sua vida? Como é essa outra vida? E ela existe? 
Ah amiga, como sinto sua falta, profundamente.  
Dias desses me disseram que eu não superei sua morte, e é algo a ser superado? Tenho mesmo que te esquecer?
Hoje desejei esquecer-te, sua foto em meu guarda-roupa (que a anos está lá) me fez querer uma borracha com poder de apagar essa lembrança dolorosa de seu abraço, de sua acolhida e até mesmo de seu gênio difícil.
Após sua partida tantas coisas aconteceram na minha vida. Tantas vezes quis te ligar. O que há pior do que falar, perguntar, comentar e nenhuma resposta ou ação obter? O silêncio vindo do lado de lá é cruel e perfurante.
É o silêncio que mais fala, que grita, que fere por lembrar-me que nunca mais terei sua voz.
Escrever talvez ajude a diminuir a dor. Talvez, talvez...
Eu te amo amiga. E caso meu inconsciente apague tuas memórias, para amenizar minha dor, saiba que uma parte de mim sempre foi tua.
Abraços apertados, daria tudo por mais um minuto deles.
Seja lá o que tenha acontecido contigo, me abrace novamente um dia e saberei que és tu.



4 de ago. de 2013

O céu caiu sem estrelas sem deus

Essa postagem não é para falar da letra da música da minha adorada salve salve três vezes Ana Carolina, mas é simplesmente uma frase que desde de que eu ouvi pela primeira vez mexeu comigo.
O céu caiu sem estrela sem deus...tudo o que você colocou de esperança se mostra vazio, se mostra oco, te deixa desorientado.
Eu era muito religiosa, muito mesmo. Era o que chamam de rata de igreja, de viciada, neurótica, fanática e tudo o mais que quiserem chamar.
Até que um dia decidi que daquele instante pra frente a única responsável pelas minhas vitórias e fracassos seria eu mesmo. Não teria nenhum deus que levasse a glória quando algo de bom me acontecesse e não teria só eu para receber as 'punições' por escolhas erradas que eu viesse a fazer.
Lembro-me bem deste dia. Estava sentada no quarto, lendo e pensando. Estava indignada de ouvir tantas asneiras, de ser olhada como pecadora, de me sentir pecadora por simplesmente amar. Era começo de 2007.
A decisão havia sido tomada, nada de deus em minha vida, nada de ser superior sendo aclamado com minhas vitórias, nada de acordar de madrugada para ajoelhar-me e rezar para ser perdoada de meus pecados, que eram consequências de simplesmente amar.
Mas como abrir mão do dia pra noite de tudo que rodeava minha vida, que havia sido construído por uma vida inteira??
Como me esquecer de experiências que eu tinha vivido e que ninguém poderá dizer que foram ilusões, fantasias ou mentiras, pois foi eu quem as viveu, só eu posso denominá-las e ninguém mais.
Com o tempo fui me desfazendo de tudo, imagens de santos, imagens da mãe de deus, ícones que haviam sido trazidos especialmente para mim de outros países. E para o desespero de alguns, até um terço que fora comprado, especialmente para mim, no Vaticano e havia sido abençoado pelo Papa João Paulo.
Tudo foi indo embora, uma história que tinha sido formada, vivida, querida, estava se desfazendo, estava se reinventando, estava se modificando.
Já se foram 6 anos de uma decisão, 6 anos em que vivi tantas coisas e que meu céu já havia caído sem estrelas e sem deus.
Como é hoje não ter um céu para olhar e clamar? Como é viver tudo sozinha?
Sim, por que quando se tem uma crença, quando se acredita em algo, mesmo que você não veja, mesmo que não sentes nada, tu deitas na cama e eleva uma prece e se sente mais calma, mesmo sabendo que nada mudou, mesmo sabendo que na manhã seguinte continuará tudo do mesmo jeito, mesmo vivendo tudo igual no final do próximo dia tu novamente fará uma prece.
Não consigo fazer isso, não tenho para quem fazer. Não tenho o porque de fazer, não que eu não tenha problemas, dúvidas, questionamentos, questões para resolver. Mas porque para mim isso não faz mais sentido.
Mesmo assim, mesmo tendo uma história que fora modificada sou chamada de hipócrita, por questionar, por pensar.
A igreja faz falta para mim hoje? Não não faz. Não queria viver nela novamente pelo simples fato de ter a certeza de que é ela quem promove muitos dos preconceitos que vivemos hoje. Não voltaria a viver pois o que a igreja tem de filosofia não me atrai, não me seduz e eu não acredito mais.
Hoje quando me vejo em situações onde, antigamente, eu iria rezar e buscar uma solução, respiro fundo, choro, busco em mim uma solução ou uma decisão. E nestes momentos a palavra solidão tem mais sentido do que em qualquer outro que eu já tenha ouvido.
Não julgo quem quer ter uma religião, muito pelo contrário, acho que tem muitos padres, pastores, mães de santo, dentre outros, que deveriam levar uma surra bem dada e serem retirados do convívio da sociedade, pois eles roubam, por vezes, a única coisa que a pessoa tem, a fé. Se aproveitam da ignorância, da bondade e da fé para enriquecerem, para pisotear mais ainda em quem já está no fundo do poço.
Tem valores cristãos em mim, lógico que sim, não só pela história que tive dentro da igreja mas por viver numa sociedade onde os valores cristãos são a base para tudo.
Me decepcionei, ao ser chamada de hipócrita, me decepcionei em confiar, em me apresentar.
Mas esta é minha história de vida e isso não posso e não quero mudar.

11 de fev. de 2013

Eu vi

A Vida segue, sem se preocupar com as dúvidas, com as dores, com os questionamentos, com as preocupações, com as alegrias, com as surpresas, com o que nos tira o fôlego.
Ela simplesmente continua, intacta, móvel como sempre.
Nessa correria do dia a dia que é a nossa vã existência, deixamos de reparar em pequenas coisas.
Entramos em nossos carros e só conseguimos olhar os faróis a abrirem e fecharem, só enxergamos as brechas em que podemos entrar para ultrapassar um ou dois carros.
Tudo isso no desejo, em que gostaríamos de acreditar ser verdade, de ter mais tempo para nós.
Esses dias eu me permitir olhar de maneira diferente, e apenas sorri.
Eu vi uma planta com flores lindíssimas em uma esquina, ali, bela, a Vida nos grita para relaxarmos.
Eu vi um pai levando seu filho para a creche. Aquele homem carregando em seus braços seu filho para suas experiências infantis. Um homem feliz em realizar seu papel de pai.
Vi crianças sorrindo e brincando enquanto suas mães conversavam apreensivas sobre alguma falta de sorte dessa Vida.
Vejo minhas plantas crescendo, folhas novas nascendo, independentemente de minha ação.
Adoraria olhar com mais simplicidade, com mais paciência, com menos razão para a Vida, para a Existência.
Ainda me lembro de momentos em que um simples balançar das copas das árvores me traziam uma alegria impar.

Onde está tudo, o que aconteceu, para onde foi????
Oh Vida, cá estou!!

Como diz uma música "O céu caiu sem estrela, sem deus".

3 de jun. de 2012

Começo

Na ânsia te aguardo
Com receios de alguém que se sabe com defeitos.
Com amores que tenho por inteiro.
Na certeza de que este é meu começo.
Na dúvida de que erros cometo.

Esperançosa aguardo
Sua presença em minha cama
Seu sorriso ao meio dia
Em seus lábios meu abrigo.

Eis um começo
Esperado
Desejado
Sonhado.
Realizado.


22 de mai. de 2012

Desvencilhar

     Foi assim, sem querer. Não houve intenção, apenas uma ocasião.Se soubesse tudo o que aconteceria, não se pode afirmar ou negar que, faria diferente.Apenas se foi vivendo. 

   Acompanhando o amanhecer e anoitecer. Desvendando noites estreladas, cheias de esperanças, assim como dias ensolarados envolventes em energia. Vivenciou tardes de tempestades como jamais fora visto e madrugadas chuvosas, impetuosamente.Da mesma forma como uma árvore sofre com as mudanças de estação, passando de linda e cheia de vida com suas folhas verdes, dando flores, frutos, e se despindo até ficar em secos galhos, sua vida foi se formando nas estações. Nas estações da Vida.

   Ah! como lembra das noites em que sorriu para o céu, do dia que estática ficou apreciando o balançar da árvore, em sua explosão de felicidade.Amargamente se recorda dos momentos de aflição, onde não se via o fim do túnel.As tardes ansiosamente aguardadas, para flertar.E os sonhos? Como não falar deles se foi com eles que mais se aproximou de sua vontade? Sua realidade era modificada, podia ter mais um pouquinho do que de si era privado.

   Não se esperava pelo desvencilhar, não daquela forma, jamais daquela maneira.

  Encontrava-se, sem dúvida, em pleno Inverno, como era gélido, cinzenta e assustadoramente cruel.Como sabia não suportar olhar, friamente, para essa estação, resolveu deitar e dormir esperando que a Primavera logo se aproximasse e assim pudesse se ver novamente. 

13 de mai. de 2012

Aquele

Aquele som, cheiro, desespero.
Enrosco, encosto, desgosto.


Amizade, sempre é tudo.

Este ano estive, no aniversário do filho da minha amiga. 
Lembro que em 97/98/99...eu não perdi a festa dos filhos da Celia. E lá estávamos nós sempre reunidas para comemorar o aniversário, ou da Lays ou do Luiz Victor. Ou para o niver dos filhos da Josiane, a Thayná e Cinthia, logo depois veio o Cauã.
Os anos foram passando, eles foram crescendo, nós fomos organizando nossas vidas de maneiras diferentes. E anos depois as demais amigas também tiveram seus filhos.
E não pude comparecer no aniversário das 'zemeas', mais lindas, da Fernanda, a Duda e a Sofi,  nem no aniversários da "Tina" da Flávia, e também não tinha comparecido ao primeiro aniversário do Luis da Celí.
Sábado, véspera do dias das mães estava eu lá. Com muita alegria em participar do aniversário desse sapequinha que é o Luis. Só quem o conhece sabe as peripécias que ele faz, e as carinhas mais fofas quando pedimos para ele sorrir.
Um encontro de gerações diferentes.
Nós, com nossas vidas corridas, ensinando os pequenos infantes como é ser amigos.
Amigos que nem quando a gente liga e começa a falar com a pessoa, pensando que é outra, não é mesmo Fernanda?
Ou amigas que não atendem o celular, como a Josiane e a Flavia.
Amigas como as que nunca está em SP quando tem um encontro, como eu. (ai que vergonha).
Amigas que são faladoras e sempre manda a gente ser mocinha, como a Celí.
Amiga como a que estuda, e nos faz acreditar que um dia seremos assim. Como a Ana Lúcia.
E amigas que sempre está lá pronta, para falar, "chega né", como a Celia.
Já me peguei inúmeras vezes pensando em que ponto, qual o momento em que nos ligamos tão fortemente. E sinceramente, não consigo denominar um fato, um episódio ou um momento.
Foram tantas experiências juntas, tantas emoções, tantos risos e choros também.
Estávamos juntas naquele inicio de aula em 1994, CEFAM, 1ºD, e nunca vou esquecer da professora de biologia, Fátima, dizendo que era um ano que ficaria para a história. E ela foi sábia quando disse isso.
Estávamos juntas na viagem de trem à praia. E nos episódios que lá ocorreram. Nos dias que ninguém queria estudar, e nos dias que tínhamos de estudar.
Ana Lúcia, me ensinando português na hora da prova, foi tudo...rsrsrs.
Sempre que vou à diretoria de ensino revejo um pouco de nossa história.
Vivemos uma viagem, única, que nos fez viver muitas coisas estranhas...rsrsrs.
Fomos a enterro de uma colega.
Vimos os filhos nascerem, crescerem.
E hoje estamos juntas ensinando os pequenos que ainda existem coisas boas no mundo. E que amigos são a parte mais boa que poderia existir.
Pra não perder o ritmo, não estarei novamente no niver da "Tina", (acho que é por isso que ela estava brava comigo ontem...rsrsrs), mas tão logo estarei presente.
Amigas sei que nossa vida é corrida, mas amo cada uma de vocês.
E amo as filhas e filho que tiveram. 
Até o próximo encontro.
amigas para sempre.