22 de mai. de 2012

Desvencilhar

     Foi assim, sem querer. Não houve intenção, apenas uma ocasião.Se soubesse tudo o que aconteceria, não se pode afirmar ou negar que, faria diferente.Apenas se foi vivendo. 

   Acompanhando o amanhecer e anoitecer. Desvendando noites estreladas, cheias de esperanças, assim como dias ensolarados envolventes em energia. Vivenciou tardes de tempestades como jamais fora visto e madrugadas chuvosas, impetuosamente.Da mesma forma como uma árvore sofre com as mudanças de estação, passando de linda e cheia de vida com suas folhas verdes, dando flores, frutos, e se despindo até ficar em secos galhos, sua vida foi se formando nas estações. Nas estações da Vida.

   Ah! como lembra das noites em que sorriu para o céu, do dia que estática ficou apreciando o balançar da árvore, em sua explosão de felicidade.Amargamente se recorda dos momentos de aflição, onde não se via o fim do túnel.As tardes ansiosamente aguardadas, para flertar.E os sonhos? Como não falar deles se foi com eles que mais se aproximou de sua vontade? Sua realidade era modificada, podia ter mais um pouquinho do que de si era privado.

   Não se esperava pelo desvencilhar, não daquela forma, jamais daquela maneira.

  Encontrava-se, sem dúvida, em pleno Inverno, como era gélido, cinzenta e assustadoramente cruel.Como sabia não suportar olhar, friamente, para essa estação, resolveu deitar e dormir esperando que a Primavera logo se aproximasse e assim pudesse se ver novamente. 

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