16 de mar. de 2012

Esperança

Como num deserto, seco, árido, sedento, angustiante, me vejo.
Um solo por vezes infértil à espera da água para livrá-lo de sua sina.
Não se cansa de esperar, porém, se conhece o suficiente para saber-se só.
No anoitecer suas esperanças renovam, apenas para não morrer de vez, pois sabe que sua morte é lenta, seu legado é longo, não se rende à batalha da sobrevivência, tenta, insiste, repousa cansado de mais um dia de espera.
Ao amanhecer, não desanima, com ternura em seu olhar (busca no mais profundo de si o melhor que tem, para insistir em continuar) sorri para o sol e no seu intimo deseja que seja naquele dia sua libertação total.
E quando suas forças parecem acabar, à tarde chega e mais uma vez, para não se render, observa o céu e vê nele uma esperança da chuva, da vida, da paz. 



Nenhum comentário: